segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Marchigüe - Carmenère 2004 - Chile

O gosto pelas castas de uvas tem variado de tempos em tempos. Lembro que há um ano não apreciava muito a uva Carmenère. Minha impressão é de que os vinhos eram muito púrpuros, opacos e sem muito corpo.


Minha opinião mudou radicalmente quando apreciei o Root: 1, linha orgânica da Ventisqueiro. E agora para sacramentar a mudança, este Marchigüe. O Vale do Colchagua faz alguns dos vinhos mais potentes do Chile, porém com esta casta os vinhos tendem a ficar mais frutados e estruturados, na medida certa! Os vinhedos Marchigüe pertencem a Errazuriz, uma das melhores vinícolas deste país.


Por ser um vinho com bastante tempo em garrafa, sua cor já estava diferente, com suas propriedades violetas, mas já na borda lembrando tijolo. O aroma dos vinhos Errazuriz sempre tem um toque animal, são frutados, mas tem um cheiro de terra, couro e especiarias. Um vinho complexo. Na boca extremamente equilibrado, por ter mais de 6 anos, estava redondo, no ápice do amadurecimento. Toda acidez havia desaparecido, ficando apenas um sabor aveludado na medida, frutado.


Um dos melhores Carmenère que já experimentei, assim como o Root 1.


A Lepic vinhos tem à venda diversos rótulos da linha Errazuriz. Este exemplar veio de lá. Vale a pena dar uma conferida. Na Lagoa da Conceição em Florianópolis. Av. Afonso Delambert Neto, 540. Fone: (48) 3234-0018.



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Danie De Wet - Cabernet / Merlot 2010 - África do Sul

Hoje à noite fiquei com vontade de fazer um jantar com um toque tropical. Fui correndo vasculhar a minha adega, queria um Carmenère e não tinha. Depois de enfrentar um dilema olhando o Danie De Wet que veio da LePic Vinhos fiquei encucado pensando "Será que esse vinho não vai ser encorpado demais? Cabernet Sauvignon vai ficar muito forte, serei obrigado a fazer carne vermelha."

Depois de averiguar os 13% de álcool fiz uma coisa inusitada, provei o vinho antes de ir comprar os ingredientes, assim poderia fazer um prato de acordo com a vontade da bebida. Uma tonalidade clara e translúcida cor cereja verteu na taça e abri um largo sorriso: "excelente, um vinho bem leve e frutado". Ao levar à boca, traços de baunilha, cerejas e ameixas, bem frutado, poucos taninos. Uma característica licorosa e não muito seca. Como pode um vinho com as mesmas uvas da postagem passada aqui no blog ser tão diferente?! Muito se deve ao clima distinto entre os dois países, além de peculiaridades do solo e outros fatores.

Voltei com as compras. Um carré suíno, com os ingredientes: cebola, alho, alecrim, mix de pimentas, batatas e ameixa - o toque final tropical.

Ingredientes 

Pois é... como você percebeu hoje fui mais longe e postei até a receita. Vamos juntos!

Depois de moer bem a pimenta e misturar com uma pitada de sal, esfreguei com os dedos na carne em cima e em baixo. Descasquei os alhos e os coloquei em volta, assim como a batata e a cebola em pedaços médios. Por cima da carne foram os ramos de alecrim e tudo foi assim para o forno:

Vai para o forno

Ué, e as ameixas?! Vamos agora para a segunda parte. Enquanto isso tudo foi ao forno em temperatura bem baixinha, quatro ameixas foram separadas de seus caroços finamente fatiadas, entrando em uma panela pequena com duas colheres de sopa de açúcar. 

Ameixas antes do fogo com açúcar

Depois de mexer bastante e até dar uma esmagadinha, essa mistura vai ficar com uma cor linda, semelhante a cor do vinho Danie De Wet. Mais clara que a casca, e mais escura que a drupa, formando uma tonalidade cereja extra viva e com uma textura bem gelatinosa: uma geléia!

Geléia de ameixa

Tirando o porco do forno, podemos ver que o alecrim está quase seco, bem como as batatas e cebolas. Pelas laterais da carne - não em cima - colocamos umas pitadas de molho shoyu (para deixar o prato um pouquinho salgado). Mas em cima da carne vai apenas a geléia e apenas em cima! Ela vai hidratar novamente o alecrim. Na foto abaixo está parcialmente coberto para visualizar, mas depois de cobrir toda a carne, o prato volta ao forno e fica em fogo médio - vamos acelerar isso, ninguém é de ferro.

Cobrir toda a carne com as ameixas e volta pro forno.

Enquanto o forno termina a missão... voltamos com a estrela da noite: Danie De Wet, que depois de duas horas aberto já está no ponto.


E esse foi o resultado... Só provando mesmo para saber.

Finalmente!

Para experimentar o Danie De Wet, é só ir até a LePic vinhos. Na Lagoa da Conceição em Florianópolis.
Av. Afonso Delambert Neto, 540. Fone: (48) 3234-0018.