terça-feira, 1 de novembro de 2011

Jean Bousquet - Pinot Noir 2009 - Argentina

Há tempos esperei por este momento, por este Pinot! Logo explico. Desde que comecei a apreciar vinhos produzidos com esta maravilhosa casta de uva, me empolguei com apenas alguns poucos exemplares, TODOS que me agradaram tinham uma característica em comum: não haviam estagiado em barricas de carvalho. Os exemplares de reserva até então não tinham agradado em nada.

Particularmente (ainda não mudei completamente a minha opinião), a característica marcante dos vinhos feitos Pinot Noir é seu teor leve e frutado, jovem. Um vinho claro, feito para ser bebido frio (entre 13 e 15 graus), com aromas bem sutis. Me decepcionaram todos que haviam sido envelhecidos em carvalho pois a madeira pode arruinar o sabor final do vinho, bem como seu aroma, quebrando o buquê frutado e fornecendo um toque amadeirado e amargo no final.

Eis que o amigo Carlos Nogueira da abflug Vinhos ao saber desta opinião me propõe o desafio. Coloca à minha frente esta garrafa de Jean Bousquet disparando: "Agora você vai mudar a sua opinião".


Minha resposta foi imediata: "Tomara mesmo, pois até então só tive decepções com os Pinots de reserva". Minha curiosidade não durou 3 dias. Coloquei a garrafa na geladeira por 35 minutos, para dar aquela refrescada. Ao colocar na taça, uma coloração inusitada, lembrando levemente caramelo, mas com total predominância para as cores tradicionais de um Pinot: cereja vivo translúcido, bem claro. Com 14% de álcool (uma marca também diferente para um Pinot, que costuma ter 12,5% a 13%) ele tem mais potência que os frutados sem barrica e no aroma, no ato é possível sentir as notas tostadas da madeira, mas de forma harmônica com os "cheirinhos" de frutas como cereja.

Ao paladar foi muito agradável, tinha um toque amanteigado, conferido pelos 10 meses nos tonéis de madeira. Mas o carvalho não oprimiu a fruta, o que até então havia acontecido em todas as vezes que experimentei esta combinação. O vinho estava harmônico, com uma potência delicada, um toque licoroso, a manteiga estava presente na textura, que não é totalmente seca, mas envolvente, com traços também de baunilha. Espero que seja o primeiro de muitos Pinots de reserva em equilíbrio que surgirão daqui em diante.

segunda-feira, 29 de agosto de 2011

Marchigüe - Carmenère 2004 - Chile

O gosto pelas castas de uvas tem variado de tempos em tempos. Lembro que há um ano não apreciava muito a uva Carmenère. Minha impressão é de que os vinhos eram muito púrpuros, opacos e sem muito corpo.


Minha opinião mudou radicalmente quando apreciei o Root: 1, linha orgânica da Ventisqueiro. E agora para sacramentar a mudança, este Marchigüe. O Vale do Colchagua faz alguns dos vinhos mais potentes do Chile, porém com esta casta os vinhos tendem a ficar mais frutados e estruturados, na medida certa! Os vinhedos Marchigüe pertencem a Errazuriz, uma das melhores vinícolas deste país.


Por ser um vinho com bastante tempo em garrafa, sua cor já estava diferente, com suas propriedades violetas, mas já na borda lembrando tijolo. O aroma dos vinhos Errazuriz sempre tem um toque animal, são frutados, mas tem um cheiro de terra, couro e especiarias. Um vinho complexo. Na boca extremamente equilibrado, por ter mais de 6 anos, estava redondo, no ápice do amadurecimento. Toda acidez havia desaparecido, ficando apenas um sabor aveludado na medida, frutado.


Um dos melhores Carmenère que já experimentei, assim como o Root 1.


A Lepic vinhos tem à venda diversos rótulos da linha Errazuriz. Este exemplar veio de lá. Vale a pena dar uma conferida. Na Lagoa da Conceição em Florianópolis. Av. Afonso Delambert Neto, 540. Fone: (48) 3234-0018.



terça-feira, 16 de agosto de 2011

Danie De Wet - Cabernet / Merlot 2010 - África do Sul

Hoje à noite fiquei com vontade de fazer um jantar com um toque tropical. Fui correndo vasculhar a minha adega, queria um Carmenère e não tinha. Depois de enfrentar um dilema olhando o Danie De Wet que veio da LePic Vinhos fiquei encucado pensando "Será que esse vinho não vai ser encorpado demais? Cabernet Sauvignon vai ficar muito forte, serei obrigado a fazer carne vermelha."

Depois de averiguar os 13% de álcool fiz uma coisa inusitada, provei o vinho antes de ir comprar os ingredientes, assim poderia fazer um prato de acordo com a vontade da bebida. Uma tonalidade clara e translúcida cor cereja verteu na taça e abri um largo sorriso: "excelente, um vinho bem leve e frutado". Ao levar à boca, traços de baunilha, cerejas e ameixas, bem frutado, poucos taninos. Uma característica licorosa e não muito seca. Como pode um vinho com as mesmas uvas da postagem passada aqui no blog ser tão diferente?! Muito se deve ao clima distinto entre os dois países, além de peculiaridades do solo e outros fatores.

Voltei com as compras. Um carré suíno, com os ingredientes: cebola, alho, alecrim, mix de pimentas, batatas e ameixa - o toque final tropical.

Ingredientes 

Pois é... como você percebeu hoje fui mais longe e postei até a receita. Vamos juntos!

Depois de moer bem a pimenta e misturar com uma pitada de sal, esfreguei com os dedos na carne em cima e em baixo. Descasquei os alhos e os coloquei em volta, assim como a batata e a cebola em pedaços médios. Por cima da carne foram os ramos de alecrim e tudo foi assim para o forno:

Vai para o forno

Ué, e as ameixas?! Vamos agora para a segunda parte. Enquanto isso tudo foi ao forno em temperatura bem baixinha, quatro ameixas foram separadas de seus caroços finamente fatiadas, entrando em uma panela pequena com duas colheres de sopa de açúcar. 

Ameixas antes do fogo com açúcar

Depois de mexer bastante e até dar uma esmagadinha, essa mistura vai ficar com uma cor linda, semelhante a cor do vinho Danie De Wet. Mais clara que a casca, e mais escura que a drupa, formando uma tonalidade cereja extra viva e com uma textura bem gelatinosa: uma geléia!

Geléia de ameixa

Tirando o porco do forno, podemos ver que o alecrim está quase seco, bem como as batatas e cebolas. Pelas laterais da carne - não em cima - colocamos umas pitadas de molho shoyu (para deixar o prato um pouquinho salgado). Mas em cima da carne vai apenas a geléia e apenas em cima! Ela vai hidratar novamente o alecrim. Na foto abaixo está parcialmente coberto para visualizar, mas depois de cobrir toda a carne, o prato volta ao forno e fica em fogo médio - vamos acelerar isso, ninguém é de ferro.

Cobrir toda a carne com as ameixas e volta pro forno.

Enquanto o forno termina a missão... voltamos com a estrela da noite: Danie De Wet, que depois de duas horas aberto já está no ponto.


E esse foi o resultado... Só provando mesmo para saber.

Finalmente!

Para experimentar o Danie De Wet, é só ir até a LePic vinhos. Na Lagoa da Conceição em Florianópolis.
Av. Afonso Delambert Neto, 540. Fone: (48) 3234-0018.

segunda-feira, 18 de julho de 2011

Alto Uxmal - Cabernet / Merlot 2009 - Argentina

Presença. Essa foi a palavra que me veio a cabeça depois de começar a degustar o Alto Uxmal. Já era esperado um vinho concentrado, denso e com muita personalidade. Mas foi depois da primeira hora que as frutas começaram a brotar de seus vapores alcoólicos.

Os vinhos argentinos tem como peculiaridade uma grande presença. Tem longa cura em barricas de carvalho, o que os deixa amadeirados e "pesados". Perfeitos para acompanhar carnes vermelhas e molhos condimentados. Enquanto esperava um bife de entrcot derreter ao forno por mais de duas horas, comecei a apreciar o Uxmal, presente da amiga Mari Piccoli, da da LePic vinhos. Confesso que a primeira impressão foi de um vinho muito alcoólico e desequilibrado, que acaba por suprimir a fruta. Mas depois de algumas taças e de o jantar ficar pronto foi surpreendente. Não recomendo apreciar sozinho - sem comida -, mas acompanhado de um belo bife como o que fiz. O vinho é realmente forte e intenso e não pode ser domado facilmente.

Tive uma belíssima experiência posterior. Havia experimentado um chocolate 85% cacau. Algo ainda desconhecido para meu paladar. Extremamente seco, denso, mas prazeroso, concentrado, com personalidade. A combinação dele com o Uxmal foi divina, o sabor residual forte do chocolate ultra amargo ficou sedoso e envolvente com o poderoso licor do vinho.

Sesações fortes e combinadas harmoniosamente para amenizar esse clima hostil de inverno.


quarta-feira, 6 de julho de 2011

Root: 1 - Carmenere 2008 - Ventisqueiro - Chile

Estive na semana passada no Uruguai e aproveitei para trazer algumas especiarias. Mostardas, chás, alfajores e como não podia deixar de ser, vinhos. Como já tenho há alguns anos provado diversos estilos, de diferentes uvas e países, vou conhecendo meu gosto e sabendo o que comprar. É inevitável que tenha algumas decepções. Alguns vinhos desequilibrados ou com aroma que não agrada, mas no geral, tenho acertado cada vez mais nas escolhas.

Este vinho foi um achado! Nunca havia visto ou ouvido falar em lugar algum. Uvas Carmenere, a uva que tornou-se símbolo no Chile, fazendo os melhores vinhos deste país, Vale do Colchágua, uma das melhores regiões chilenas da viticultura, produção orgânica e uma linda garrafa: era mais que o suficiente.

Uma cor púrpura e levemente opaca verteu na taça. O aroma era maravilhoso, com notas de chocolate amargo, ameixas e alguns traços de café discretamente. Um dos vinhos mais aromáticos e frutados que já experimentei, realmente fabuloso, equilibrado e muito perfumado. Trouxe à lembrança um delicioso Montepulciano d'Abuzzo. Na boca lembrava as mesmas notas do nariz, com um toque aveludado, macio e redondo, não secava completamente a boca, mas apenas a medida certa para sentir o gosto e a textura. Fantástico. Recomendo completamente.

segunda-feira, 27 de junho de 2011

Llama Malbec 2008 - Argentina


Voltando em grande estilo ao Divino Vinho (depois de alguns meses sem novidades), o inverno trouxe uma iguaria, o vinho argentino LLAMA, de uvas malbec. É maravilhosa a sensação da surpresa. Logo explico, ainda não havia degustado um bom malbec. Já tive na taça alguns malbecs, de distintos preços, mas nunca um verdadeiramente bom e justo! 

O LLAMA já fez sua belíssima entrada apresentando uma cor púrpura, escura, porém translúcido, muito vivo. O cheiro foi maravilhoso. Descobri recentemente que os chocolates amargos são minha paixão. E é tão grande meu prazer ao degustá-los que costumo sentir intensamente o aroma. Outro ponto forte é sentir que eles harmonizam muito bem com os tintos ricos e intensos. Sendo assim, a melhor parte no LLAMA foi sentir notas de chocolate amargo no aroma, além de um pouco de cheiro de couro, frutas negras e cerejas, com um toque amanteigado, acredito que da textura do próprio cacau. 

Ao paladar é refrescante e tem taninos bem equilibrados, é intenso e persistente, mas não tão frutado quanto ao nariz. Mas também lembrou chocolate e tem um toque picante, o que o deixa atraente. 

Quero abrir um parênteses sobre a taça, pois para sentir todo esse aroma é preciso uma taça com bojo largo e boca fechada, assim o vinho pode "respirar" e liberar o "buquê" que é o ponto forte deste Malbec.  

Este exemplar, safra 2008, está à venda em Florianópolis na Lepic Vinhos, na Lagoa da Conceição, tel. (48) 3224-0018. Vale visitar a loja que é um paraíso, com espumantes, vinhos, azeites, chocolates e taças perfeitas para degustação. Um verdadeiro paraíso para os amantes do bom vinho!

segunda-feira, 25 de abril de 2011

Familia Gascón Cabernet Sauvignon - 2009

A viagem à Buenos Aires rendeu muitas experiências maravilhosas. Que dirá entre os vinhos! A região de Mendoza é famosa mundialmente por fazer alguns dos melhores vinhos do mundo e nesta jornada ao nosso país vizinho tive o prazer de experimentar alguns deles.

Depois de provar vinhos que permaneceram por 12 meses em barricas de carvalho, comecei a perceber que os que realmente me agradavam eram os que ficavam menos de 6! A diferença é que quanto mais tempo ficam, mais amadeirados e pesados tornam-se, enquanto os que ficam menos tempo, mantém sua característica leve, frutada, clara e límpida.

Este Cabernet Familia Gascón foi um vinho ótimo, e que custou apenas 49 pesos. Bebi vinhos mais caros que não trouxeram tanta satisfação, apesar de ter qualidade semelhante, o estilo deste caiu muito melhor. Ele é bem translúcido de cor cereja vivo. Logo, ao nariz se mostrou frutado e floral com notas que me lembraram morango, cereja e um toque de baunilha, este provavelmente proveniente dos 4 meses apenas que ficou na barrica.

Na boca mostrou-se com muito baixa acidez, característica que me agrada. Um vinho bem redondo e frutado, com taninos bem suaves. Para mim, este é o Cabernet perfeito, não é muito forte, não tem aquela sensação adstringente na boca, ao contrário, estava perfumado e suave como um bom Pinot, porém com corpo mais cheio, proveniente da casta de uva que foi feito. Poucas vezes tomei um Cabernet tão redondo: baixa acidez, taninos suaves, frutado, translúcido, perfumado e suave. Uma verdadeira delícia!

quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Alfredo Roca Pinot Noir 2009 - Argentina

Baunilha aflorando ao nariz. É algo fantástico, um aroma realmente doce. Este Pinot é a prova de que os tintos podem e DEVEM ser bebidos no verão. Mas o cheirinho de baunilha... hummm. Não tem como resistir, ele inunda os sentidos, deixando ao finalzinho alguns traços de manteiga e frutas vermelhas. Fico enfeitiçado ao sentir estes aromas.

A cor é de cereja, bem translúcido, claro e limpo com tons violáceos. Na boca é suave, envolvente, fresco. Não é encorpado, ao contrário, é leve com um final limpo. É uma delícia bebe-lo gelado, a cada gole, novos aromas vem à boca. Cereja, framboesa e frutas vermelhas frescas, geléia, tudo vem à tona enquanto aprecio esta maravilha.

O Alfredo Roca Pinot Noir está à venda na Santa Adega, em Florinaóplis por R$25. Um excelente investimento por um vinho tão saboroso.

E para quem pensa que vinho tinto não combina com peixes, engana-se redondamente. Este Pinot combina muito bem com salmão e alguns pratos leves, nada que possa suprimir o toque sutil da uva Pinot ao paladar.

Um dos meus vinhos favoritos.

Casas Patronales Chardonnay 2009 - Chile

Um excelente Chardonnay chileno, tão bom quanto o Panul que publiquei há alguns dias. Os aromas de frutas tropicais como abacaxi e notas de pêssego ali presentes. Um branco encorpado e envolvente. Na temperatura certa, com baixa acidez, o que agrada-me muito. Na boca bem untoso e saboroso lembrando frutas cítricas, baunilha e manteiga.

Uma das maiores vantagens do branco Chardonnay é que acompanha saladas refrescantes no verão, além de peixes carnudos como salmão e queijos duros, mostrando versatilidade. É um vinho estruturado e bem gelado é ótimo neste calor de verão.


Casas Patronales é uma excelente opção de branco chileno, principalmente pelo custo baixo, em torno de R$14. Vale experimentar.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Villa Italia Bardolino 2004 - Itália

Este vinho estava guardado há uns dias, proveniente de uma visita ao bistrô Il Fornaio. A adega do lugar é um sonho. Lá você encontra exemplares que não existem em outros lugares. O preço é de restaurante, pois no Il Fornaio você almoça muito bem e pode escolher uma dessas preciosidades para degustar na hora! Enfim, este Bardolino estava me esperando. Não vi outras garrafas dele, acho que era o último exemplar da espécie.


Estava receoso ao pegar a garrafa e abrir. Até agora a maioria dos italianos que bebi, principalmente os de supermercados na faixa de R$30, tinham uma peculiaridade que não me agrada: eram muito secos. Uma sensação aveludada mesmo, textura seca, que pessoalmente não gosto. Mas este foi diferente. O Bardolino é um vinho tinto leve e frutado, refrescante, feito com três castas de uvas locais da região do Vêneto: Corvina, Molinara e Rodinella.


Este Bardolino é excelente, não tem nada de seco, e pelo contrário, é muito envolvente. Sua cor gosto e aroma sugerem ameixas doces e cerejas maduras, talvez uns traços de morango ao final. Ele não tem taninos fortes, então fica agradável no verão. Geralmente os vinhos frutados são bem translúcidos, mas este estava opaco e com alguns resíduos, arrisco dizer que pelo fato de estar há mais de cinco anos na garrafa, o que não é aconselhável para este tipo de vinho, recomendando-se consumir em no máximo dois anos. Outra característica que chamou atenção foi uma textura licorosa, que lembrava Vinho do Porto. Vale lembrar servir gelado, ele fica bom na casa dos 14 graus. Como está muito quente, prefiro servir ainda mais frio.


Gostaria de beber mais tintos refrescantes e com esta personalidade no verão. Este Bardolino é o tipo de vinho que gosto de brincar com cada gole na boca, degustando, sentindo a textura e avaliando os tipos de gostos que podem sugerir. Tomara que apareçam mais oportunidades como esta!


Obs.: O Il Fornaio fica em Florianópolis na rua Rua Desembargador Arno Hoeschel, 279 - Centro; 48 3225-0228

domingo, 16 de janeiro de 2011

Custo x Beneficio na hora de comprar um vinho

Desde o ultimo post, não vejo a hora de falar sobre um Pinot Noir. Foi no ano passado, na Santa Adega aqui de Florianópolis, que o Fernando Araújo falou com entusiasmo sobre os vinhos deliciosos que esta uva era capaz de produzir. "Prefiro tomar uma garrafa de Pinot a tomar duas de Cabernet Sauvignon", contava ele. Comprei então um Pinot Alfredo Roca, de Mendoza, um excelente vinho que está à venda na Santa Adega, em média de R$25,00. Ainda faço sobre ele meus comentários.

O que aconteceu foi que nos últimos dias não bebi um Pinot que achasse digno de ser relatado aqui. O Chardonnay e o Torrontés de R$10 e R$14, respectivamente, dos posts passados são realmente muito bons. Muito baratos se levarmos em conta sua qualidade. Há um mês comprei um branco Casa Valduga, vinícola do RS, famosa por fazer ótimos vinhos, por R$20,00, que não se comparava aos outros dois. Não pretendo falar apenas sobre vinhos nesta faixa de preço, porém precisamos saber quais são os melhores vinhos com este custo disponíveis no mercado - preciso experimentar!


A uva Pinot Noir foi uma dica maravilhosa do Fernando! Depois de descobrir o tinto feito por ela, um mundo novo se abriu. Ela tem bagos maiores e casca mais fina que as uvas Cabernet Sauvignon, isso faz com que os vinhos Pinot sejam mais suaves, perfumados, leves e refrescantes, enquanto os vinhos Cabernet Sauvignon são densos, robustos e profundos. Essas diferenças fazem com que o Cabernet seja um ótimo vinho para se tomar no inverno, enquanto o Pinot seja uma boa opção para um tinto em dias mais quentes.

O fato de a uva Pinot ser de difícil cultivo, faz com que não seja fácil encontrar vinhos bons e baratos produzidos com elas. Porém existem vinhos excelentes como o Alfredo Roca, na Santa Adega, e um outro fantástico de R$20,00 que encontrei nos mercados Big e Nacional, aqui em Florianópolis. Bebi há alguns dias e estou com uma garrafa guardada para fazer a degustação com os registros aqui no blog. Não percam.

FOTO: uvas Pinot Noir.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Etchart Privado Torrontés 2009 - Argentina


Um amigo ofereceu-me uma taça de vinho branco dias atrás. Quando senti o cheiro, veio uma porção de notas florais e um aroma intenso de uvas verdes maduras. Pedi para ver o rótulo, não me ocorreu o palpite, mas sabia que era familiar, um Torrontés!

Ao chegar em casa, fui logo fazer a minha tradicional pesquisa. Pelo que entendi a uva foi levada da Espanha para a Argentina e lá adaptou-se maravilhosamente bem. Dizem que a Torrontés na Argentina produz vinhos brancos tão bons quanto os tintos de uva Malbec do mesmo país. Vale lembrar que a Malbec lá faz alguns dos melhores vinhos tintos encorpados do mundo.

O Etchart Privado Torrontés já é um conhecido meu, não canso de degustá-lo. Ele tem um corpo leve e envolvente. É suave, mas não doce, mais refrescante e menos concentrado que o Chardonnay. É picante, com uma acidez leve, um vinho para ser degustado sozinho ou com uma salada bem leve e tropical. Deve ser servido bem gelado e a safra deve ser a mais recente possível, pois assim melhor se aprecia seu frescor.

Por nossa sorte a Etchart faz alguns dos melhores Torrontés Argentinos, e que podem ser comprados em mercados perto de nós. E o melhor de tudo, por uma preço bem em conta, em média R$14,00. Ainda não encontrei e não sei se existem versões reserva ou de qualidade superior, mas eu com certeza experimentaria. É uma delícia relaxar refrencando-se com um Torrontés.

Uma dica preciosa: Beba bem gelado, assim ele mostra todo seu potencial. Eu prefiro servir dois ou três goles de cada vez e colocar a garrafa imediatamente de volta na a geladeira ou balde de gelo para tomar cada gota na temperatura certa!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Panul Chardonnay 2009 - Chile

O verão é perfeito para tomar um vinho refrescante. Há dois anos eu jamais pensaria em vinho nesta estação, tomaria cerveja. O Chardonnay foi o primeiro vinho branco que aprendi a beber.

Encontrei o Panul na prateleira do mercado Nacional, no Floripa Shopping. A princípio o preço R$10 fez com que eu recuasse. Passado o preconceito, peguei e lembrei de uma frase de Vincent Gasnier: "Você não tem como errar no Chardonnay chileno". Analisando o rótulo percebi que o Panul é produzido pela Errazuriz, a qual o mesmo sommelier considera a melhor produtora de Chardonnay do Chile. COMPREI.

Os vinhos que bebo no verão deixo na gaveta abaixo do freezer. Creio que os sirvo perto dos dois graus, ou menos. Com o calor que está fazendo, até chegar ao final da taça ou mesmo ao rodopiar o líquido dentro para oxigenar e deixar aflorar os aromas, ele esquenta muito rápido. O cheiro de um Chardonnay na temperatura certa é algo maravilhoso. O Panul não decepcionou. Aromas de frutas como abacaxi e pêra são perceptíveis logo de imediato. Na boca é bem untoso e persistente. Achei muito equilibrado e bem estruturado. Lembra muito os bons espumantes, pois a maioria deles tem a uva Chardonnay em sua composição. A maior surpresa para mim foi o mel! O aroma e o gosto de mel neste vinho lembrou-me na hora o Chardonnay da marca Trapiche, feito em Mendoza, na Argentina, um dos melhores Chardonnay que já experimentei.

A uva Chardonnay adaptou-se muito bem ao clima do Chile. Seus bagos pequenos e com casca espessa fazem vinhos brancos concentrados com muita personalidade e complexidade. Por ser um vinho encorpado dentre os brancos, acompanha muito bem peixes, frango e alguns queijos.

Com certeza Panul Chardonnay é uma compra que acabarei repetindo. Considero um vinho com excelente custo / benefício e que surpreendeu muito.