quinta-feira, 27 de janeiro de 2011

Alfredo Roca Pinot Noir 2009 - Argentina

Baunilha aflorando ao nariz. É algo fantástico, um aroma realmente doce. Este Pinot é a prova de que os tintos podem e DEVEM ser bebidos no verão. Mas o cheirinho de baunilha... hummm. Não tem como resistir, ele inunda os sentidos, deixando ao finalzinho alguns traços de manteiga e frutas vermelhas. Fico enfeitiçado ao sentir estes aromas.

A cor é de cereja, bem translúcido, claro e limpo com tons violáceos. Na boca é suave, envolvente, fresco. Não é encorpado, ao contrário, é leve com um final limpo. É uma delícia bebe-lo gelado, a cada gole, novos aromas vem à boca. Cereja, framboesa e frutas vermelhas frescas, geléia, tudo vem à tona enquanto aprecio esta maravilha.

O Alfredo Roca Pinot Noir está à venda na Santa Adega, em Florinaóplis por R$25. Um excelente investimento por um vinho tão saboroso.

E para quem pensa que vinho tinto não combina com peixes, engana-se redondamente. Este Pinot combina muito bem com salmão e alguns pratos leves, nada que possa suprimir o toque sutil da uva Pinot ao paladar.

Um dos meus vinhos favoritos.

Casas Patronales Chardonnay 2009 - Chile

Um excelente Chardonnay chileno, tão bom quanto o Panul que publiquei há alguns dias. Os aromas de frutas tropicais como abacaxi e notas de pêssego ali presentes. Um branco encorpado e envolvente. Na temperatura certa, com baixa acidez, o que agrada-me muito. Na boca bem untoso e saboroso lembrando frutas cítricas, baunilha e manteiga.

Uma das maiores vantagens do branco Chardonnay é que acompanha saladas refrescantes no verão, além de peixes carnudos como salmão e queijos duros, mostrando versatilidade. É um vinho estruturado e bem gelado é ótimo neste calor de verão.


Casas Patronales é uma excelente opção de branco chileno, principalmente pelo custo baixo, em torno de R$14. Vale experimentar.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Villa Italia Bardolino 2004 - Itália

Este vinho estava guardado há uns dias, proveniente de uma visita ao bistrô Il Fornaio. A adega do lugar é um sonho. Lá você encontra exemplares que não existem em outros lugares. O preço é de restaurante, pois no Il Fornaio você almoça muito bem e pode escolher uma dessas preciosidades para degustar na hora! Enfim, este Bardolino estava me esperando. Não vi outras garrafas dele, acho que era o último exemplar da espécie.


Estava receoso ao pegar a garrafa e abrir. Até agora a maioria dos italianos que bebi, principalmente os de supermercados na faixa de R$30, tinham uma peculiaridade que não me agrada: eram muito secos. Uma sensação aveludada mesmo, textura seca, que pessoalmente não gosto. Mas este foi diferente. O Bardolino é um vinho tinto leve e frutado, refrescante, feito com três castas de uvas locais da região do Vêneto: Corvina, Molinara e Rodinella.


Este Bardolino é excelente, não tem nada de seco, e pelo contrário, é muito envolvente. Sua cor gosto e aroma sugerem ameixas doces e cerejas maduras, talvez uns traços de morango ao final. Ele não tem taninos fortes, então fica agradável no verão. Geralmente os vinhos frutados são bem translúcidos, mas este estava opaco e com alguns resíduos, arrisco dizer que pelo fato de estar há mais de cinco anos na garrafa, o que não é aconselhável para este tipo de vinho, recomendando-se consumir em no máximo dois anos. Outra característica que chamou atenção foi uma textura licorosa, que lembrava Vinho do Porto. Vale lembrar servir gelado, ele fica bom na casa dos 14 graus. Como está muito quente, prefiro servir ainda mais frio.


Gostaria de beber mais tintos refrescantes e com esta personalidade no verão. Este Bardolino é o tipo de vinho que gosto de brincar com cada gole na boca, degustando, sentindo a textura e avaliando os tipos de gostos que podem sugerir. Tomara que apareçam mais oportunidades como esta!


Obs.: O Il Fornaio fica em Florianópolis na rua Rua Desembargador Arno Hoeschel, 279 - Centro; 48 3225-0228

domingo, 16 de janeiro de 2011

Custo x Beneficio na hora de comprar um vinho

Desde o ultimo post, não vejo a hora de falar sobre um Pinot Noir. Foi no ano passado, na Santa Adega aqui de Florianópolis, que o Fernando Araújo falou com entusiasmo sobre os vinhos deliciosos que esta uva era capaz de produzir. "Prefiro tomar uma garrafa de Pinot a tomar duas de Cabernet Sauvignon", contava ele. Comprei então um Pinot Alfredo Roca, de Mendoza, um excelente vinho que está à venda na Santa Adega, em média de R$25,00. Ainda faço sobre ele meus comentários.

O que aconteceu foi que nos últimos dias não bebi um Pinot que achasse digno de ser relatado aqui. O Chardonnay e o Torrontés de R$10 e R$14, respectivamente, dos posts passados são realmente muito bons. Muito baratos se levarmos em conta sua qualidade. Há um mês comprei um branco Casa Valduga, vinícola do RS, famosa por fazer ótimos vinhos, por R$20,00, que não se comparava aos outros dois. Não pretendo falar apenas sobre vinhos nesta faixa de preço, porém precisamos saber quais são os melhores vinhos com este custo disponíveis no mercado - preciso experimentar!


A uva Pinot Noir foi uma dica maravilhosa do Fernando! Depois de descobrir o tinto feito por ela, um mundo novo se abriu. Ela tem bagos maiores e casca mais fina que as uvas Cabernet Sauvignon, isso faz com que os vinhos Pinot sejam mais suaves, perfumados, leves e refrescantes, enquanto os vinhos Cabernet Sauvignon são densos, robustos e profundos. Essas diferenças fazem com que o Cabernet seja um ótimo vinho para se tomar no inverno, enquanto o Pinot seja uma boa opção para um tinto em dias mais quentes.

O fato de a uva Pinot ser de difícil cultivo, faz com que não seja fácil encontrar vinhos bons e baratos produzidos com elas. Porém existem vinhos excelentes como o Alfredo Roca, na Santa Adega, e um outro fantástico de R$20,00 que encontrei nos mercados Big e Nacional, aqui em Florianópolis. Bebi há alguns dias e estou com uma garrafa guardada para fazer a degustação com os registros aqui no blog. Não percam.

FOTO: uvas Pinot Noir.

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Etchart Privado Torrontés 2009 - Argentina


Um amigo ofereceu-me uma taça de vinho branco dias atrás. Quando senti o cheiro, veio uma porção de notas florais e um aroma intenso de uvas verdes maduras. Pedi para ver o rótulo, não me ocorreu o palpite, mas sabia que era familiar, um Torrontés!

Ao chegar em casa, fui logo fazer a minha tradicional pesquisa. Pelo que entendi a uva foi levada da Espanha para a Argentina e lá adaptou-se maravilhosamente bem. Dizem que a Torrontés na Argentina produz vinhos brancos tão bons quanto os tintos de uva Malbec do mesmo país. Vale lembrar que a Malbec lá faz alguns dos melhores vinhos tintos encorpados do mundo.

O Etchart Privado Torrontés já é um conhecido meu, não canso de degustá-lo. Ele tem um corpo leve e envolvente. É suave, mas não doce, mais refrescante e menos concentrado que o Chardonnay. É picante, com uma acidez leve, um vinho para ser degustado sozinho ou com uma salada bem leve e tropical. Deve ser servido bem gelado e a safra deve ser a mais recente possível, pois assim melhor se aprecia seu frescor.

Por nossa sorte a Etchart faz alguns dos melhores Torrontés Argentinos, e que podem ser comprados em mercados perto de nós. E o melhor de tudo, por uma preço bem em conta, em média R$14,00. Ainda não encontrei e não sei se existem versões reserva ou de qualidade superior, mas eu com certeza experimentaria. É uma delícia relaxar refrencando-se com um Torrontés.

Uma dica preciosa: Beba bem gelado, assim ele mostra todo seu potencial. Eu prefiro servir dois ou três goles de cada vez e colocar a garrafa imediatamente de volta na a geladeira ou balde de gelo para tomar cada gota na temperatura certa!

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

Panul Chardonnay 2009 - Chile

O verão é perfeito para tomar um vinho refrescante. Há dois anos eu jamais pensaria em vinho nesta estação, tomaria cerveja. O Chardonnay foi o primeiro vinho branco que aprendi a beber.

Encontrei o Panul na prateleira do mercado Nacional, no Floripa Shopping. A princípio o preço R$10 fez com que eu recuasse. Passado o preconceito, peguei e lembrei de uma frase de Vincent Gasnier: "Você não tem como errar no Chardonnay chileno". Analisando o rótulo percebi que o Panul é produzido pela Errazuriz, a qual o mesmo sommelier considera a melhor produtora de Chardonnay do Chile. COMPREI.

Os vinhos que bebo no verão deixo na gaveta abaixo do freezer. Creio que os sirvo perto dos dois graus, ou menos. Com o calor que está fazendo, até chegar ao final da taça ou mesmo ao rodopiar o líquido dentro para oxigenar e deixar aflorar os aromas, ele esquenta muito rápido. O cheiro de um Chardonnay na temperatura certa é algo maravilhoso. O Panul não decepcionou. Aromas de frutas como abacaxi e pêra são perceptíveis logo de imediato. Na boca é bem untoso e persistente. Achei muito equilibrado e bem estruturado. Lembra muito os bons espumantes, pois a maioria deles tem a uva Chardonnay em sua composição. A maior surpresa para mim foi o mel! O aroma e o gosto de mel neste vinho lembrou-me na hora o Chardonnay da marca Trapiche, feito em Mendoza, na Argentina, um dos melhores Chardonnay que já experimentei.

A uva Chardonnay adaptou-se muito bem ao clima do Chile. Seus bagos pequenos e com casca espessa fazem vinhos brancos concentrados com muita personalidade e complexidade. Por ser um vinho encorpado dentre os brancos, acompanha muito bem peixes, frango e alguns queijos.

Com certeza Panul Chardonnay é uma compra que acabarei repetindo. Considero um vinho com excelente custo / benefício e que surpreendeu muito.